São Paulo 2019 – Muito se fala sobre blockchain, especialmente no setor financeiro. Todos os bancos que atuam no Brasil fazem testes com esse livro razão digital, que promete eliminar custos de operações e dar agilidade a transferências monetárias, mesmo que internacionais. Nesta semana, o PitaiaBank chega ao mercado brasileiro como o primeiro “banco digital” que usa blockchain em suas transações para garantir a integridade e autenticidade dos valores.Neste primeiro momento, transferências para outros não podem ser feitas, em razão do uso do blockchain nas operações. A partir do ano que vem, a empresa vai fechar parceria com um banco para viabilizar esse serviço aos clientes. O modelo de negócio da empresa se complementa com a cobrança de taxas em transações (não há cobrança de manutenção) e com maquininhas de pagamentos para lojas. De acordo com o Pitaiabank, você pode depositar o dinheiro hoje e retirar daqui a dois anos. Se você não transacionar esse valor, você não paga nada. A taxa existe apenas quando houver alguma operação.
Funcionando há dois meses, o PitaiaBank foi criado por Simone Abravanel, que hoje conta com 43 pessoas na equipe, a maioria são profissionais de TI.
A estratégia para atrair novos clientes é concentrada no fato de não existirem taxas de manutenção na conta, apesar de o uso do blockchain ser o principal diferencial da companhia. Para a fundadora, a tecnologia de livro de registro virtual criptografado é uma tendência inegável. “Tentar barrar o blockchain é como tentar segurar o vento com a mão. É uma tendência sem volta”, afirmou Abravanel, CEO do Pitaia Bank, em entrevista a EXAME.
Os bancos e o blockchain
O blockchain pode trazer agilidade para transações internacionais e mudar a forma como acontecem transações como DOCs e TEDs. Um dos seus benefícios é que ele permite o rastreamento de valores sem a análise de terceiros. Por isso, os bancos estão de olho nessa tendência. A Febraban já estuda a tecnologia há quatro anos. Segundo reportagem da Reuters, um dos problemas que trava a sua adoção é um racha entre bancos sobre qual sistema será usado.
No começo de dezembro, o Itaú captou 100 milhões de dólares em uma operação inédita usando blockchain. O banco Santander já tem um sistema de pagamentos entre países baseado no blockchain, chamado One Pay FX, para enviar libras do Brasil ao Reino Unido. O Bradesco e a B3 anunciaram, neste ano, que iniciaram discussões para o desenvolvimento de uma aplicação em blockchain.
Como bem aponta a McKinsey, o caminho para adoção real do blockchain ainda não está claro, apesar de suas possibilidades em razão da criptografia de dados e da rastreabilidade que essa tecnologia permite.